sinto o tempo passar e não vejo mudanças. Dia após dia tem-se mantido tudo igual: a frieza e o despreso com que falamos uma com a outra, essa tua mania de esperares sempre mais e mais de mim e dizeres, não directamente, que nunca estou à altura daquilo que esperas. E isso doí-me, doí-me saber que não consigo ser aquilo que tanto queres, que tanto desejas. Mas também já me doeu mais, pois tenho-me vindo a aprecerber que não posso ser aquilo que tu queres, não posso ser aquilo que tu idializas ao londo destes anos, mesmo sabendo que, em parte, tu tens razão ao dizeres que tenho de mudar algumas das minhas atitudes. Sim, eu quero ser uma pessoa melhor, mas não quero deixar de ser aquilo que fui e sou, e tu como M. devias, junto comigo, tentar melhorar o que à de mau em mim em vez de criticares e dizeres apenas que está mal. Eu sei o que está mal, não preciso que me o digas, preciso sim que me compreendas, que precebas que existe motivo para ter certas atitudes e que nem tudo em mim é mau com pensas. A tua tarefa como M. é só tentares que me torne numa pessoa melhor, não é tenteres mudar tudo o que fui até então.
Agora, aquilo que mais desejo, é que daqui para a frente a tua atitude para comigo mude, eu vou fazer o mesmo em relação a ti.
Ainda assim, quero que nunca te esqueças disto: eu amo-te.
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