Hoje só preciso de uma única coisa: preciso que me perdoes.

Tenho quase a certeza que se estivesses ao meu lado, neste preciso momento me perguntarias, num tom casual e com o olhar inundado de desentendimento, o seguinte: «Perdoar-te? Mas perdoar-te em relação a quê?». Fica sabendo, desde já, que odeio que faças isso; que hajas como se nunca te tivesse magoado. Achas certo fingir isso? Que nunca te desapontei ou que nunca tentei fugir às conversas relacionadas com o sentimento que nutrias e nutres por mim? Achas correcto fazer isso só para não me sentir mal comigo própria, só para me protegeres? Lembra-te de uma coisa da proxima vez que o fizeres, e que provavelmente tu próprio já notas-te: para eu não me sentir mal comigo própria, quem sofre és tu, por isso pára de o fazer. Pensa por uma vez que seja em ti, caramba! Não me "protejas". Atribuí a culpa ao devido culpado, atribui-a a mim. Grita comigo, chama-me nomes, diz que te iludi e desiludi, que te magoei, que te tratei como um boneco, que me comportei como uma verdadeira criança. Chora enquanto o fazes (o mais que poderes) para eu me sentir verdadeiramente mal, para ficar com o coração despedaçado. Eu mereço que o faças; mereço que me faças sentir o que eu te fiz e faço sentir cada vez que me fitas ou cada vez que minha imagem assalta a tua mente: sentir-me verdadeiramente mal. Pára de ser tão compreensivo comigo. Acho que só assim aceitarei que me perdoes.
Prometes que o vais fazer? Eu estou a precisar que o faças, pois não estou a aguentar viver com este meu super-egoísmo. Não tenhas qualquer tipo de “pena”, nem se quer penses na maneira como irei ficar, apenas fá-lo, é só isso que te peço.