A saudade voltou a instalar-se aqui, no meu peito. Notei a sua presença devido a pequenos apertos que se fizeram sentir e que deixaram o meu coração completamente esmagado, sofocado, com uma dor enorme. Dor essa, que não passa, que não desaparece e que deixa os meus olhos inundados de água. Tento contê-la ao máximo, porém, o meu esforço é em vão e pequenas gotas acabam por percorrer a minha face. Tento limpá-las às mangas da camisola o mais rápido que consigo, mas não secam. Volto a reptir este movimento enumeras vezes, mas mais uma não serve de nada. As lágrimas permanecem a escorrer pelo meu rosto.

Agarrada à almofada, o cansasso começa a dar de si, é então que fecho os olhos e adormeço. Na manhã seguinte acordo, já com os olhos secos a apercebo-me do porquê de não ter consiguido fechar minha torneira das lágrimas na noite passada: eram os causadores desta saudade que a fechavam. E fechavam tão bem, que era raro ela voltar a abrir.

Tenho tantas saudades vossas, parecendo que não vocês era a minha segunda familia. Mas sinto tudo o que tinhamos, não a desaparecer, mas a ficar menos forte e isso acaba por causar esta saudade, esta dor. Ainda assim, só o facto de terem passado na minha vida e terem marcado como marcaram, já me deixa extremamente feliz. Mas por favor, vejam lá se me fazem a supresa de me vir visitar, e rapidamente de preferencia, que eu já não estou a aguentar esta saudade sufocante.

Ah, e só mais uma coisa: amo-vos.