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domingo, 13 de março de 2011

- Não estas bem pois não? - perguntou preocupado.
- Estou. - respondi olhando nos seus olhos e sorrindo tentando despreocupa-lo.
- Achas que me consegues enganar? Não estás nada bem pois não? - voltou a perguntar.
Desta vez não consegui fita-lo.
- Já disse que - a minha voz fraquejou e uma lágrima correu-me pela face - estou.
Puxou-me para perto de si o mais rápido que conseguiu e aconchegou-me fortemente contra o seu peito quente.
- Não gosto nada de te ver assim, sabias? - sussurrou-me ao ouvido.
- Eu sei, e peço desculpa. - disse entre alguns soluços.
Afastou-me de um modo brusco e olhou-me nos olhos como quem diz «És parva ou quê? Não tens de me pedir desculpa». Resolvi fingir não perceber o que queria dizer com aquela expressão facial que fizera.
- Que foi? - perguntei sem um pingo de interesse na voz ao mesmo tempo que tentava secar, com as mangas da camisola, as lágrimas que à poucos minutos tinham molhado parte da sua t-shirt.
- És parva ou quê? - disse num tom de voz austero.
Fiz uma expressão de «eu sabia que ias dizer isso!» mas no mesmo instante o meu rosto endureceu quando dei conta do tom com que me falava.
- Não tens de pedir desculpa. - acrescentou, agora com uma voz adocicada.
Tentei fazer o meu melhor sorriso e ele, em jeito de agradecimento pelo meu esforço, passou suavemente a sua mão pela minha face.
- Assim gosto mais. - disse-me também sorrindo. - Então e agora já me podes dizer o que se passou? - perguntou, voltando a insistir no assunto que já à alguns dias me assolava.
- Não quero falar sobre isso. - respondi-lhe sentando-me no banco que se encontrava a poucos metros de nós.
- Por favor! Eu preciso de saber. - implorou enquanto se sentava ao meu lado.
- Tenho de admitir que gostava mais de ti quando me aconchegas-te no teu peito sem me fazeres perguntas. - disse dando-lhe uma leva pancada no ombro.
- Estou preocupado, só isso.
- Não precisas. - disse tentando descansa-lo. Sem efeito, voltou a insistir no assunto agora de um modo muito baixo.
- És das pessoas mais importantes da minha vida, achas que vou ficar descansado sem saber o que se passou?
Ele sabia que este era o meu ponto fraco. Odiava deixá-lo preocupado e começava a odiar esta conversa!
Não disse nada na esperança que ele acabasse por desistir e não falasse mais no assunto. O silêncio perdurou uns largo minutos, mas nem por isso me sentia incomodada. Acabamos então por olhar um para o outro. O seu olhar estava inundado de preocupação pedindo-me ferozmente que lhe contasse o que tinha acontecido. Encostei-me às costas desconfortáveis do banco onde estávamos sentados e dei um leve suspiro.
- Foi o Miguel. - acabei por lhe contar.
Apercebi-me que quando prenunciei aquele nome todos os músculos do seu corpo contraíram.
- Hum, pensei que não se falassem. - disse com uma ar aborrecido, para tentar esconder o enorme interesse que tinha em saber o que se tinha passado.
- Voltamos a falar à pouco tempo. - esclareci-o.
- Ah! E posso saber o que ele te fez? - perguntou a medo ao mesmo tempo que estalava os dedos.
- Porquê que concluis logo que foi ele que errou? E já agora, podes parar com isso se fazes o favor?- disse irritada. Pôs as mãos nos bolsos.
- Ele contigo nunca fez outra coisa se não errar!
- Isso é uma completa mentira. E tu sabes! - chamei-lhe à atenção.
- Como queiras. - disse amuando.
Não lhe resistindo abracei-o e beijei-lhe a face do modo mais carinhoso que consegui.
- Desculpa-me. - pedi-lhe.
- Não estou chateado contigo, estou irritado com o Miguel. Ele não tem o direito de fazer o que quer de ti. Não tem o direito de entrar e sair da tua vida quando lhe apetece e muito menos tem o direito de te magoar. - disse-me fazendo uns gestos esquisitos com as mãos que se o tivesse feito numa outra conversa, não tão séria como a que estávamos a ter, o tinha troçado de certeza.
- Não sei bem porquê, mas sempre que ele me procura acho que é porque está disposto a recuperar tudo o que perdemos, e por incrível que pareça, engano-me sempre. - fiz uma pausa e comprimi os lábios. Retomei. - Ele voltou a desiludir-me.. Mais uma vez!
- Não sei porquê tanto espanto. O que ele sempre soube fazer melhor foi desiludir-te!
- Obrigadinha. Estou muito melhor agora. - disse cruzando os braços.
Descruzou-me os braços e agarrou nas minhas mãos frias entrelaçando os seus dedos nos meus.
- Sabes que só quero o teu bem, nem que para isso tenha de ser o maior chato ou o maior desmancha prazeres. É meu dever chamar-te à razão, tirar-te desse mundo da lua e trazer-te à terra. É meu dever proteger-te.
- Belo discurso. Isso tudo é para quê? Para ver se me dás a volta? - resmunguei revirando os olhos.
- Não preciso, já és minha! Mas se quiseres posso me calar.
Fiz uma pequena contracção muscular com o meu rosto e os cantos dos meus lábios ergueram-se.
- Sim, cala-te e abraça-me. - pedi-lhe.
Fiquei com a inpressão que o acto tinha sido mais rápido que o pedido pois quando dei por mim os seus enormes braços já estavam a envolver o meu tronco e as suas mãos "passeavam" pelo meu cabelo, de um modo meio desajeitado. As minha, por sua vez, apertavam fortemente as costas da sua camisola. Ficamos novamente em silêncio.
- Não me deixes. - acabou por dizer.
- Tenho intenções disso. - disse soltando uma leve gargalhada. Ele fez o mesmo e os nosso corpos separaram-se.
- Promete-me que não voltas a falar com o Miguel. Já está mais que visto que ele não gosta tanto de ti como tu dele. Aliás, nunca gostou.
- Não te posso prometer nada. Eu acho que o vou conseguir perdoar sempre por mais que ele me magoe, por mais que ele me desiluda. - respondi.
Não se mostrou muito surpreendido com aquelas minhas palavras.
- Estava à espera que dissesses algo parecido com isso. Só espero que ele não te volte a procurar muito mais vezes. Odeio ver-te assim, ainda por cima por causa daquele anormal. - disse num tom de revolta.
Abri-lhe os olhos o mais que pude.
- Desculpa, mas é o que ele é!
- Mas é meu amigo, o meu melhor amigo, por isso peço que tenhas algum respeito. - pedi-lhe educadamente.
- Melhor amigo? Chamas aquilo de melhor amigo? Aquilo nem a conhecido chegava se fosse comigo. Apetece-me vomitar. - respondeu gozando.
- Mas não é, por isso está calado. - ordenei. Obedeceu à minha ordem fazendo uma careta e desviando o olhar.
- Desculpa brusquidão com que te falei. - disse-lhe baixando a cabeça. Senti então o seu indicador encostar ao meu queixo e com um suave movimento virou ligeiramente a minha cabeça na sua direcção para que pudesse-mos ficar a olhar um para o outro.
- Tens a noção que hoje deve de ser a quinquagésima que me pedes desculpa, não tens? - perguntou-me troçando.
-Agora até te pedia desculpa por isso, mas assim seria a quinquagésima primeira vez que te pedia desculpa e isso já seria de mais. - respondi dando a volta ao texto.
- Estamos muito engraças. A tua sorte é eu gostar imenso de ti! - respondeu com um enorme sorriso.
Tive uma vontade enorme de o beijar, mas resolvi conter-me.
- Acredita, sou mesmo uma sortuda. Talvez a maior sortuda! - disse apenas.


Obrigado!

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