Hoje fiz algo que me custou imenso. Não porque o quisesse mas porque tu assim o preferiste.
Tive de te dizer que não, que não dava, mas que acima de tudo, não queria. Não queria que, por razão alguma, ganhasses faltas expectativas e ficasses a pensar coisas que não eram bem verdade e que no final te acabariam por magoar.

Agora quero pedir-te desculpa pela forma bruta como aquelas palavras saíram da minha boca. Talvez não as tenha dito da forma mais acertada, mais simpática até, mas penso que sabes que nunca fui muito boa nisto: em conversas sobre sentimentos, principalmente, dos meus. Queria também pedir-te desculpa pela minha enorme ignorância no que toca a decifrar expressões faciais, ficando assim sem saber como as minhas palavras te deixaram já que não emitiste nenhum som durante todo o meu discurso. Foi apenas no final que ouvi o tom da tua voz pela primeira vez quando te despedis-te com um beijo na minha face e balbuciaste algo como «Vê-mo-nos por aí então. E obrigado!». Pensei não ter tempo sequer para te perguntar o porquê daquele agradecimento, pois a rapidez com que te viras-te e começas-te a caminhar na direcção contraria à minha foi.. Nem sei bem descrevê-la. Mas a rapidez com que te viras-te para mim e me respondes-te foi ainda maior. Disseste-me com uma voz tremula e quase sumida, talvez por já te encontrares distante, «Por tudo!». Não fui capaz de dizer nada, apenas fiquei a olhar na tua direcção até "desapareceres".